Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou nesta quarta-feira (2), por unanimidade, a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga.
O relator do processo, conselheiro João Paulo de Resende, chegou a sugerir algumas condições para que a operação fosse aprovada, mas as empresas não aceitaram.
Em fevereiro, a Superintendência-Geral do Cade afirmou, em relatório, que a operação poderia resultar em elevação de preços dos combustíveis na distribuição e na revenda devido ao aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor.
Com a compra, a Ipiranga consolidaria sua posição como segunda maior distribuidora do país, atrás da BR Distribuidora, passando a ter cerca de 25% do mercado de venda de gasolina.
A Ale possui uma rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, enquanto a Ipiranga detém mais de 7 mil postos e quase duas mil lojas.
Em nota, a Ale afirmou que a decisão do Cade “chancela a importância da história de sucesso” da empresa e “comprova a força e a relevância da rede revendedora e da marca da companhia.”
“A ALE está saudável, coesa, bem posicionada e sólida e conta com o comprometimento de sua equipe de profissionais e dos seus acionistas para dar continuidade aos seus negócios, à prestação de serviços de alta qualidade e à excelência no relacionamento com a revenda, com os fornecedores e demais parceiros”, diz a nota.
O que propôs o relator
A proposta do relator, que não foi aceita pelas empresas, incluía a venda de toda a operação da rede Ale em 12 estados.
Nesses estados, afirmou o relator, a fusão entre as operações da Ipiranga e da Ale seria potencialmente problemática. Esses 12 mercados representam 65% de toda a operação da Ale.
As empresas chegaram a apresentar uma outra proposta ao Cade, mas a maioria dos conselheiros entendeu que a solução das empresas não era definitiva. A proposta das empresas permaneceu em sigilo e não foi divulgada pelo conselho.
Fonte: G1